quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Amargor

Ônibus.

Ajuricaba/Franceses.

Quase lotado.

Rapaz de cor parda.

Calça marrom.

Bolso à tira-colo.

Bolsa também.

No copo, refrigerante.

Na mão, o copo.

No rosto, o desejo incontido de sorver o líquido.

Passa pela borboleta.

Paga.

Esbarrão.

Copo no chão.

Calça salpicada.

Nos braços, nas mãos, por entre os dedos, escorre a Fanta.

Em pingos.

Um olhar.

Para os pingos.

Para o refrigerante no chão do ônibus.

Para quem esbarrou n’ele.

Salivação.

Sede.

Gosto.

No rosto.

Amargura.

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