- Posso pegar uma manga?
- Sai pra lá, moleque, no meu quintal ninguém entra.
- Só uma manga.
- Se te pego aqui dentro dou-te um tiro.
***
Outro dia.
João volta.
Olha firme.
Manga madura.
Na boca,
Saliva.
No peito,
Medo do tiro prometido.
Pula a cerca.
Olha em volta.
Ninguém.
Aproxima-se da mangueira.
Sobe.
Manga na mão.
Lembra-se:
“Se te pego aqui dentro dou-te um tiro”.
Apavora-se. Desce rápido.
Desespera-se.
Grita:
- Nãããooo...
Enrosca-se no arame da cerca.
Fere o corpo.
Desvencilha-se.
Aterrorizado.
Corre sem olhar para trás.
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