terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Lapidar


Vejo-te nas pedras, contornos brutos
De pedra-sabão, argila, barro enrugado
Marcas de um tempo a tecer tua imagem
Sombras de traços a invadir minha iris.
Teus olhos, duas tochas de fogo
Cintilam na mente, formatam-se em lembranças.
Pedras, um olhar distante.
Tua silhueta recorta o mar, as cachoeiras
De Figueiredo ao Rio de Janeiro.
Desço do fio, empunho a navalha
Assumo a paixão, rasgo o preconceito
De suspiro em suspiro, em cortes profundos
No coração, que era pedra
Bruta
Brotam detalhes: tua escultura.

Nenhum comentário:

Postar um comentário