segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Voos


Absorto, fixo-me nas asas dos pássaros
Da vegetação arranco uma flor qualquer
De pétala em pétala; bem-me-quer, mal-me-quer.
Não demora e da flor só me resta o talo
Os pássaros são pontos perdidos no infinito
A flor debulhada não me diz mais nada
Semicerro os olhos que se enchem de lágrimas.
Deixo para trás um talo separado
Das pétalas, que juntas faziam sentido
Apartados do viço, da vida por mim arrancada
Resta apenas o cheiro da flor quando inteira
Cada pétala descendo rumo ao chão ressecado
Era fonte de dor e eterna amargura
Nesse voo doente, minha mente insana
Transformou flor em dor:formatou minha loucura.

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