sábado, 13 de outubro de 2012

Muito


Tenho pouco a dizer, muito a fazer
Para transformar meu mundo
E dar alento ao moribundo
Que pena em uma maca de hospital.
É meu dever ter uma resposta
Para os que não comem a cada dia
A esses não servem apenas homilia
Nem a hóstia sagrada do senhor.
Não sabem nem o que é alimento do espírito
Mal conseguem manter o corpo em pé
Excomungam os rituais de fé
Pela sede e fome que os afeta.
Não conhecem nenhum esteta
E suas obras introjetas.
Sonham com uma maçã real
Sem pecado e original.
Sonham com uma melancia
Que seja até sobra de feira
Como bichos percorrem as lixeiras
Invisíveis aos olhos de ti que passas.
Um grão de arroz ou de milho
É o muito que eles cobram
De ti, insano e insensível
Que diariamente os ignora.

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