sábado, 6 de outubro de 2012

Profano


Sinto-me um menino, um infante
A tentar prender com um barbante
Um brinco em tua orelha.
Sem jeito, teu rosto cora
A pele fica vermelha
Você tenta disfarçar.
Abre um sorriso, solta a alma
Olha o infinito, busca a calma
Não esconde o prazer.
De ter as mãos admiradas
A finesse revelada
Em cada gesto, cada olhar.
Teu sorriso me encanta
Será tua raiz em Atalanta
Ou vens de alguma Santa
Catarina, gaúcha
Ou tua semente é de Sampa?
Não importa tua origem
Perco o prumo na vertigem
Profana dessa tua gargalhada.
Que embevece minha alma
E de joelho desço rés
Ao teu sublime par de pés.
Toco com a ponta dos lábios
O roxo tênis Adidas
Não como subserviência
E sim por pura reverência
A demonstrar que és querida.
Não me faço de rogado
Nem te quero puritana
Terei o prazer de um dia vê-la
Com um par de roxas havaianas?

Nenhum comentário:

Postar um comentário