Quando nos falta a voz
Sobram os lençóis
A aninhar pássaros errantes
Que jamais assim se amaram antes.
Belas gaivotas, sanhaçus ou inhambus
Lilases sabores jambos
Encoberto corpos nus,
Dançam salsas, boleros e mambos.
Curvas e movimentos ágeis
Confundem-se com miragens
Nas entranhas da nossa agilidade
Semeamos os grãos de saudade.
Os ritmos físicos das almas
Abandonam os corpos suados
O pleno e intenso gozo acalma
Corações em amálgamas, grudados.
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