terça-feira, 18 de dezembro de 2018

No escuro


Acordo a te querer
Olho e não tenho você
Sem sentir o teu cheiro
Só tenho o travesseiro.
Que não cumpre o papel
De me levar ao céu
Nem me toca e faz
Como você é capaz.
Acordo com a saudade
E o pensamento futuro
É a mais pura maldade
O que passo no escuro.
Fico, então, a imaginar
E espero você chegar
Com a boca que enlouquece
Sobe pelo corpo e desce.
Como o vulcão que hiberna
Na volúpia da tua perna
E no encontro da outra
Durmo com você na boca.


Nenhum comentário:

Postar um comentário