terça-feira, 21 de setembro de 2010

A festa (Final)

- Juvenal ouve gemidos. Fica vermelho de raiva. Tira a peixeira da bota. Segue o som dos gemidos. Avista sua filha amada, que ele considerava uma pombinha inocente, atracada com o namorado.
Frio. Calculando cada passo para não chamar a atenção, Juvenal se aproxima dos dois, com a faca na mão. Quando Antônio prepara-se para penetrar sua filhinha, o velho seguro mastro do condenado com toda a delicadeza do mundo, como se tivesse outras experiências no assunto. Ao mesmo tempo, encosta a faca juntinho dos testículos de Antônio. Só com o frio do aço, Antônio percebeu que a mão que segurava seu pênis não era Luzia que o ajeitava para a penetração. Sem saber o que fazer, sente um frio percorrer todo o corpo ao ouvir:
- Condenado. Nunca mais irás abusar da filha de nenhum outro homem honesto.
O velho abaixou-se por trás de Antônio com o intuito de consumar a capação, fato comum por aquelas bandas, quando um homem era pego com a filha de outro. Verde de medo, Antônio não conseguiu conter o jato de merda, que foi de encontro à cara do velho Juvenal. Todo com aquela sujeira na cara, o velho solta imediatamente o mastro de Antônio. Esse aproveita o descuido e sai numa disparada, mata a dentro.
Com a cara toda suja, Juvenal chega em casa esquivando-se para que ninguém o veja. Luzia trata de pôr a roupa e voltar para a festa como se nada tivesse acontecido. Antônio, deve estar correndo até hoje, sem entender como foi salvo, justamente por uma rajada daquelas. Literalmente, escapou fedendo. De cara lavada, Juvenal volta para a festa, capiongo, sem contar nada a ninguém. Pobre pai vingador. Logo tem que fingir alegria, para que ninguém perceba a verdade.

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