quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O grande vigia (Final)

- Ucê fala issu pruquê num tava lá. Duvidu qui umenus tu olhassi pru bichu?
- Deixa de conversa e conta logo.
- A curiosidadi foi maió quiu medu. Ajuntei minhas úrtimas força e taquei o focu da lanterna bem nu lucal ondi o fogo batia n’água. Num maginã o qui vi.
- Diz logo. Deixa de suspense.
- Era uma cutia. Ela curria pra beira du lagu e se jogava n’água toda vez qui num auentava mai ruer o uriço de castanha. Quandu os denti instavaum im brasa, ela corria pru lagu, esfriava os denti e vortava para ruer mai. Toda vez qui ela batia cuns denti n’água, a nuve de fumaça subia e u barruiu de ferru quenti batenu n’água fria ecuava pela floresta.
- Isso é verdade Jandiro?!
- Foi o maió medu que passei im toda minha vida - respondeu ele com um ar de seriedade que não convencia a ninguém.

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