segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O Ismeril (Primeira parte)

Tiotoim e eu éramos parceiros de pescaria sempre que ele não estava matando mosquitos, como “matamosquitos” da hoje Fundação Nacional de Saúde. Antônio Almeida, marido da tia Francisca, para nós era o Tiotoim. Para a maioria dos moradores da cidade, era um Guarda da Malária. Quando voltava do alto, como ele chamada a subida para os seringais, sempre trazia um agrado.
- Olha o jabuti que eu trouxe - dizia ele no tempo que o Ibama deixava.
- Olha como essa paca tá gorda - chegava o Tiotoim com outro presente.
Nosso divertimento era mesmo as pescas de ispinhel, em Santa Rosa. Lá, nós tínhamos a Boneca, uma vaca com uma pinta branca nas ancas e o Tiotoim um garote de nome Ismeril.
- Qui diabu de nomi isquisitu? - Eu me perguntava sem nunca matar a curiosidade.
Naquele domingo, chegamos em Santa Rosa, encostamos a canoa e fomos cavar minhocas. Deixamos os espinhéis jogados no terreiro. Bem próximo ao local, o Ismeril pastava, como se nada tivesse acontecendo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário