quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O limite da coragem (Primeira parte)

- Enfrentei uma quadrilha de assaltantes apenas com um revólver 38.
- Puxa, primo. Você é mesmo corajoso.
- Não há na face da terra animal que me faça correr.
Quando o Alfredo chegava em Sena Madureira era assim. Cada uma história de deixar encantado qualquer criança que morasse longe da cidades grandes e passasse a gostar de ler livros de bolso(aqueles de faroeste americano escrito por brasileiros). Era Santillana pra lá. Miguel Lafuentes Estefania pra cá. Jurei que um dia seria escritor. E o Alfredo carregava nas tintas. Meus olhos brilhavam.
- Rapaz, tu não imaginas o pique que o cara deu quando eu coloquei o 38 na cara dele. Acho que ele tá correndo até hoje, sem olhar pra trás.
- Puxa vida!
- Outro dia apareceu uma cobra lá no quintal de casa. Peguei a faca e cortei a bicha todinha. Ficou parecendo picadinho.
- Como uma pessoa consegue ser tão corajosa? Acho que eu não enfrentaria nem um rato.
- Ratos? Cansei de matá-los só de susto. Eles iam passando, eu dava um grito e os bichos caiam ali mesmo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário