quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Vô voador (Primeira parte)

Santa Rosa. Santa vó. Santo vô. A vó Joana se foi. O vô João está firme, do alto dos seus 80 e poucos anos (é tanto tempo que nem lembro a idade). De Santa Rosa, sua colônia, para Sena Madureira, sua cidade, vó Ana, como nós a chamávamos, era considerado uma santa por boa parte dos moradores de Sena.
- Do que é que eu te curo?
- Carne triada
- Do que é que eu te curo?
- Carne triada
- Do que é que eu te curo?
- Carne triada
Quando alguém sofria alguma torção, algum problema muscular, procurava a vó Ana. Ela pacientemente, pegava uma agulha, ficava próximo a uma janela ou a uma porta, uma exigência da qual nunca abria mão, para a reza poder ter efeito e o mal ser mandado para fora da pessoa doente e da casa. Ela fechava os olhos, se concentrava e movia os lábios como se tivesse invocando a ajuda de Deus para que, através dela, obtivesse a cura.

Nenhum comentário:

Postar um comentário