quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A astúcia do caboco (Segunda parte)

- O que é que um cara cheio da grana, de São Paulo, tá fazendo em Sena Madureira? - pensei.
Não demorou muito e o homem saiu do hotel. Bem arrumado, barba feita, atravessou a rua e veio, justamente, pro boteco onde eu estava.
- Boa tárrrde moço!
- Boa tarde, senhor - respondi.
- Que calôôrrrrr danado? Isso faz é már.
- Qual nada senhor. Nós tamos acustumados.
O homem foi puxando conversa, puxando, conversa. Percebi que ele tava querendo coisa. Divia de tá buscanu alguma informação.
- A cidade tá crescendo - disse ele. E as notícias daqui já chegam ao Brasil inteiro.
- É mesmo?
- Se é. Eu soube que aqui em Sena Madureira tem uns cavalos de raça da região que são mais bonitos que um manga-larga.
- O que é manga larga?
- É uma raça de cavalos famosa.
- Cavalos?! O seo Inocêncio tem uns cavalinhos. São até bonitinhos. Nada de espantoso. Nós aqui estamos acostumados a ver cavalo bonito.
Nisso, aparece o sêo Inocêncio, puxando seu cavalo negro.
- Ô cavalo bonito da gota serena - pensei eu, que nunca aprendi a montar nenhum deles.

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