sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A astúcia do caboco (Terceira parte)

Os olhos do visitante brilharam. Percebei que ele nunca tinha visto um cavalo tão bonito quanto aquele. Seo Inocêncio nunca quis vender seu cavalo. De vez em quando aparecia alguém para fazer uma oferta pelo animal. Seo Inocêncio pedia sempre um milhão e meio, para espantar o freguês.
- Quanto o senhor quer no cavalo? disse o ricaço paulista.
- Num vendu não sinhô?
- Quanto quer homem? Vim aqui para levar o seu cavalo.
- Mai num tá avenda sinhô. É meu bichu de instimação.
- Vamos lá, homem. Bota um preço que eu pago.
- Num queru vendê não sinhô.
- Dou um milhão e meio, no pau.
- Queru não sinhô. E se eu fossi vendê, só vendiria o cavalu inteiru.

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