segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Sobressalto (Primeira parte)

Manaus dos anos 70. Era exatamente junho de 1978. Copa do Mundo da Argentina. Pela primeira vez eu tinha saído de Sena Madureira para passar o mês da Copa na casa da Tia Waldelina Bulbol.
Segunda-feira. Nenhum jogo da Copa, resolvo passear pela cidade. O Paulo Guedes não queria que eu saísse. Tinha medo que eu me perdesse. Lembrei-me a historieta do Joãozinho e Maria. Ele quebrava os galhos das árvores, na floresta, para não se perder. Saí da casa da Tia Waldelina, quase na esquina da Pedro Botelho com a Rua dos Andradas e subi pela Rua dos Andradas. Ia olhando as placas com o nome das ruas e algum prédio ou casarão, para tomar como referência, na hora de voltar. Peguei a Joaquim Nabuco, fui até a José Paranaguá e desci, à esquerda, em direção à Praça da Polícia, localizada em frente ao quartel da Polícia Militar do Amazonas. Atravessei a praça e fui para na famosa (para nós lá do Acre) Avenida Sete de Setembro. Desci tranqüilo, passei em frente ao Líder Hotel e, quando levantei os olhos, vi um assaltante encostar a arma nas costas de um velhinho e dizer:
- Isso é um assalto. Passa as jóia e o dinheiro. Qualquer reação e eu te mato.

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