sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Banzeiro


Canoas, botes e voadeiras
Desviam das árvores que em teu leito descem
Remos nas mãos ou um motor de popa
Capas de chuva pra não molhar a roupa.
O rio desce, o motor sobe
A correnteza arrasta barrancos
As águas se enturvam em redemoinhos
Como em balé rodam barcos e troncos.
Festa em barranco, chamam de piseiro
Em ritmo lento, nas águas, é banzeiro
Todo o cuidado do mundo ainda é pouco
Se você vai atravessar um rebojo.
Na dança das águas há cobras que enganam
Fingem, das árvores, ser galho seguro
O encantado náufrago agarra-se nela
Vira presa fácil da enorme fera.
Na beira dos rios há sempre um salão
De barranco alto, nem dá pra escalar
Cuidado, seu moço, com essa mansidão
É a cobra grande que quer te encantar.

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