quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Piercing


No teu um umbigo vejo o que não consigo
Uma luz que brilha e puxa meu olhar
Leva o meu eu para o centro de tudo
Como se o teu corpo fosse o meu mundo.
Como meu mundo, teu corpo não é
Curvo-me, em preces, a Maomé
Diante do templo que são tuas curvas
Meus olhos se fecham em águas turvas.
Quando os abro, Negro e Solimões
Encontram-se em um amálgama louco
Explodo em urros, desejos ardentes
Minha pele e tua pele se fazem dementes.
Desejo tuas formas, teu corpo talhado
Emoldurado em detalhes precisos
Passeio em teus pelos, teus morros cascatas
E volto pro piercing no centro do umbigo.

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