quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Cartão fidelidade


Todo dia é uma nova proposta
Prometem até o céu
E de mim cobram apenas
Que eu seja sempre fiel.
É loja, homem ou mulher
Batendo na minha entrada
Com juras de eterno amor
Basta que eu dê “uma comprada”.
Só que daí em diante
Não posso comprar na loja ao lado
Esse tipo de cartão só presta
Se pontos forem acumulados
O ser humano, porém,
Ao pular do útero vive
E desde aquele momento
Passa a ser chamado de livre.
Sonha, então em ganhar o mundo
E curtir a liberdade
Mas aparece um cartão
A exigir fidelidade.
Conhece o amor, então,
Descobre o prazer de beijar
De imediato ela pensa
Que ele quer logo ficar.
Se avançar um pouquinho
Já sabe o que é a delícia
O prazer e o sabor
De trocar longas carícias.
Entregam-se a esse vai-e-vem
Cujo limite é o firmamento
Quando o sujeito acorda
Dessa linda fantasia
Já está na igreja
No meio da homilia.
Na hora do sexo e do prazer
Tinha feito o juramento
Prometera amor eterno
E aceito até casamento.

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