sexta-feira, 1 de março de 2013

Almofadas


Vou jogá-la sobre as almofadas
Arrancar tuas roupas no meio da sala
Para que te sintas inteiramente dominada.
Lamber teu pescoço em eterno alvoroço
Descer até os seios e abocanhá-los
Possuí-la sobre o chão sem nada.
Rasgar toda a vergonha
Enterrar-me inteiro
Te ver morder as fronhas
Que até então eram almofadas.
Puxar teus cabelos, morder os teus pelos
Arrancar tua razão em gesto de loucura
Gritar "te amo, minha linda" enquanto urras.
Fazer desse ato, entrega de fato
De dois corpos suados jogados ao chão
Engolimos o cheiro forte que sobe
Deste líquido que de nós jorra aos borbotões.
Saciados, suados, molhados de nós
Gritos e urros transformam-se em voz
A sussurrar baixinho um o nome do outro
Depois do amor selvagem: sensação de conforto.
Cruzamos o olhar ainda a resfolegar
Há marcas de gozo em todo o lugar
Feito animais no cio, rasgamos a pele
Neste sexo louco que às vezes até fere.
No alto da boca, a garganta seca
A pele molhada pelo nosso suor
Longe um do outro somos nada no mundo
A dor da saudade torna-me ainda menor.

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