domingo, 26 de maio de 2013

Sinfonia

Pássaros misturam seus cantos lá fora
Antes das cinco já rompem a aurora
Você está comigo na hora que deito
Durante o sono, invade meu peito.
Toma as lembranças, domina a mente
Não sai da cabeça, por mais que eu tente
Lembro nossos encontros, o nosso balé
Quando me abraças e sobes na ponta do pé.
Deslizas tuas mãos, sugas minha língua
Como se na língua levasse a alma
Dependo de ti, vivo sempre à míngua
Quando em ti não estou, nada me acalma.
Galos e pássaros, em mágica alegria
Cedo promovem nossa sinfonia
Relembro teus urros, gemidos e gritos
Retratos do nosso prazer infinito.
Cheiro o teu pescoço, desço atrevido
No compasso, na dança, me entrego a ti
Sugo cada mamilo, quando gritas "não faz"
Meus dedos te exploram, então pedes "mais".
Como um devoto, ajoelho-me diante do altar
Em pura devoção, começo a te sugar
Ávido, um lobo, uma fera, na cara
Separo, do teu gozo, a gema da clara.
Deslizo meu corpo para o travesseiro
Encosto meu peito por sobre o teu
Exausto, recolho-me em sono matreiro
Da boca às narinas: teu cheiro é meu


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