sexta-feira, 14 de junho de 2013

Fogo

Tempo e distância são incapazes de apagar
Nosso fogo, nossa vontade de amar
De se entregar feito dois selvagens
Em todos os lugares, os mais improváveis.
Como, aliás, sempre foi improvável
Um dia sermos um do outro
Assim como, hoje, é interminável
Esse tesão, esse desejo louco.
De engolir tua língua
E passá-la no corpo
Por dentro, por fora
Qualquer que seja a hora.
Cheirar teu pescoço
Descer mais um pouco
E repousar nos mamilos
Pra poder senti-los.
Enterrá-los na boca, mordê-los
Descer mais um pouco, chegar aos teus pelos
Na ansiedade tudo não tem nexo
Cada extremidade tem cheiro de sexo.
A força do cheiro nos tira o juízo
Feito animais, a nos comer vivos
Quanto mais quero, mais faço e repito
Se não for um vício, é fogo infinito.


Nenhum comentário:

Postar um comentário