terça-feira, 14 de setembro de 2010

Assepia nada convencional (Terceira parte)

- Ah...ááááááááááááááiiiiiiiiiiiiiiiiiii.
- Comandante, o senhor não disse para eu mijar?
- Ora porra, tu queria que eu não gritasse? Isso arde pra caralho.
Com o grito do piloto, João acordou do desmaio. Naquele momento, estava tendo um pesadelo e pensava que eram o grito eram diabinhos que o carregavam para o inferno. Quando abriu os olhos, gritou:
- Valei-me nossa senhora! O que é isso?!
O músico botava o “instrumento” para dentro da calça e o comandante balançava a cabeça, tentando se livrar dos respingos de mijo.
**********
Não tinha como saber o local exato do acidente. O comandante juntou os pedaços do mapa de navegação, fez uma contas e disse:
- Vamos em direção ao Norte. Logo encontraremos alguém.
O músico voltou a tocar seu sax. As notas das marchas carnavalescas ecoavam pela floresta. Era um forma de espantar qualquer animal feroz que pudesse se aproximar. Em pouco tempo de caminhada, encontraram um paiol cheio de castanhas-do-pará. Famintos, passaram a quebrar as castanhas no dente. Comeram até topar com o dedo.
O paiol era sinal de que havia gente por perto. Mas era muito tarde e eles resolveram dormir ali mesmo. O cansaço, após o acidente, não impediu o músico de tocar “Saxofone porque choras”, sua música preferida, antes de dormir.
Acordam ainda de madrugada. Quebram o jejum com castanhas. Comem até não querer mais.

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