quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Assepsia nada convencional (Quarta parte)

Com o dia amanhecendo, saem em busca de um varadouro que levasse a algum local habitado. Paulo Guedes tinha parado de tocar.
De repente, uma onça pintada pula na frente dos três. O músico não se faz de rogado. Põe o sax na boca e tasca as notas de “Mamãe eu quero”. A onça, atordoada, entra no ritmo da marcha. Em pouco tempo, requebrava mais do que a Carmen Miranda dançando “Taí”.
Quando a onça atingiu o pico da animação, o saxofonista sacou do bolso o vidro de lança-perfume, encostou o vidro no focinho da onça e fez com que ela cheirasse até a última gota. A onça soltou um esturro e caiu fulminada.
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Não quiseram esperar para ver se a onça estava morta ou não. Seguiram em frente, andando mais rápido. O comandante havia lavado os ferimentos do rosto. A receita do mijo funcionou. Não demorou, avistaram uma casa de paxiúba, coberta de palha.
- Ô de casa! Somos de paz. Por favor, ajude a nós - disse o João.
Na porta da frente apareceu um cabôco. Cara enrugada, marcada pela idade.
- U qué qui ucês ton fazenu aqui?
O músico falou pelos três.
- Toquei uma festa em Rio Branco. Pegamos o teco-teco para Sena. O bicho caiu no meio do caminho.

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