sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Assepsia nada convencional (Quinta parte)

- U sinhô dissi qui tocô im Ru Brancu?
- Foi!
- Cumé seo nomi?
- Paulo Guedes.
- Uvimu falá munto do sinhô na rádio.
Orgulhoso do sucesso, o músico pediu:
- O senhor não tem nada que a gente possa comer?
Perdidos na mata, eles não tinham noção das horas. Chegaram na casa do seringueiro por volta de duas horas da tarde.
- Num tem mai nada não? Só uma sobra de feijão no leite da castanha.
- Serve.
Um olhou para o meio desconfiado. Já haviam comido castanhas duas vezes. Aquela história podia não terminar muito bem. Apesar da hospitalidade, o homem olhava meio desconfiado para o três. Ficou mais encafifado com aquela troca de olhares, mas resolveu deixá-los entrar.
- Vamu, homis di Deus. Ocês devi di istar cum fomi. A casa é di ôcês.
Os três entraram e foram direto para a panela de feijão. Não deixaram nenhum caroço e nenhuma gota do caldo de leite de castanha. Aproveitaram para comer umas apetitosas castanhas que estavam descascadas, como sobremesa.

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