Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Ruas

Ruas
São tuas
Ou minhas
Sabe-se lá de quem?
Asfaltadas
Recapeadas
Empoeiradas 
Marcadas
Pelo tempo de abandono.
E eu, abandonado
Castigado
Friamente desolado 
Sem você ao lado
Ou perto
Incerto destino
De um poeta desvairado
Abandonado.
Nas nuas e cruas
Ruas.

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quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Sem jeito

Fico até sem jeito
Com este teu jeito
De sorrir a me olhar
Sem nada me dizer.
Sem ao menos me permitir
Que te olhes a me sentir
Como se nada sentisse
Ou aos pulos ouvisse.
Os pulos do meu coração
Na eterna aflição
De não querer te olhar:
Minha autopunição.

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terça-feira, 29 de outubro de 2024

Nublados

Os dias nublados
Parecem demorados
O tempo que não passa
Prende a vida que passa.
A passos curtos
O relógio segura
Aquilo que aqui fica
Mas não intensifica.
Sigo nesta onda
De perseguir o seguido
Desejo que o destino
A mim toca de menino.

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Vontades

Vontades 
São desejos de verdades.
Nem sempre verdadeiras
Às vezes, costumeiras.
Costumes e vontades
Nem sempre são verdades
Segue a vida: na cidade!

Poema do dia 28/10/2024

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domingo, 27 de outubro de 2024

Desvarios

Meus desvarios noturnos
Agigantam-se com a madrugada 
Perambulo meio taciturno
E descanso nas calçadas.
A lua não aparece
Logo hoje, me abandona
O dia não amanhece
Aceno, não pego carona.
Ruelas são labirintos
De qualquer grande cidade 
Lembranças, sonhos infinitos
Chegam ao cair da tarde.
Sigo a tropeçar nos espinhos
A ranger os meus dentes caninos
Sou acusado de bruxismo
Pelo bruxo do meu destino.

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Faço

Faço que não sei
O que nem sei saber 
Porque se nada sei
Como ter o que dizer?!

Poema do dia 26/10/2024

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Meu crime

Cometi um crime:
Gostar de me entregar 
Como se o hoje 
Fosse virar sempre.
Nem sempre o sempre
É eterno ou dura
O que fica mesmo 
Talvez, seja a ternura!

Poema do dia 25/10/2024

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quinta-feira, 24 de outubro de 2024

E AÍ?!

Converse com a IA
Veja se ela entende um “E aí”
Já faço isso com a Siri,
Nem adianta eu me iludir.
Ela tem o poder:
Diz tudo, sem nada dizer
Mais chique que a Alexa
Diria que é AI gourmet.
Só porque vem no IPhone 
Acha-se mais sabia que o dono
E quando vai pesquisar
Parece com qualquer IA.
Aquela voz de taquara 
Que quase toda IA tem 
Convence a mais ignara
Figura que se entretém.
IA é divertimento 
Não domina pensamento 
Mas, se você a ensinar
Ela é capaz de te superar.
E AÍ oh IA, venha cá!
Vamos levar uma lero
Caso você não venha:
Vai rolar uma resenha.
É tipo ó, é tipo A
Não é nada sanguíneo 
Se você é mesmo IA
Não se enrole com o que eu digo.

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Manhãs

Manhãs não se confundem
Nem com tardes
Nem com noites:
Cada turno é açoite,
Neste tempo de um dia!
Um dia serei manhã
Outros, tardes, outros; noites.
Melhor que morrer de dor
É viver de amor,
Dias, noites e manhãs.

Poema do dia 23/10/2024

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Destino

Escrevo minha vida 
Dono do meu destino
Quando era menino
Já sabia o que queria.
Brincar com as palavras
Em verso me expressar
Caminho sem destino
A tentar me encontrar.
O muito que eu sei
Nas letras a dizer 
Mando-te por e-mail
Digo o meu dizer.

Poema do dia 22/10/2024

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Perdido

Sem rumo
Perdido
Falta-me o destino 
Sou um peregrino.
A buscar o milagre
De tê-la de volta
A ti pouco importa
Que eu me acabe.

Poema do dia 21/10/2024

Dias melhores

Quero dias melhores
Que sejam mais calorosos
Sem quaisquer favores
Muitos beijos amorosos.
Trocas de mensagens
Doces e afáveis
Eternas imagens
Lembranças amáveis.
De mim e de você 
Desse nosso querer
Que nada seja pior
Só quero este dia melhor.

Poema do dia 20/10/2024

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Agora

Como estou agora?
Se você não sabe,
Como serei eu a saber
Se o peito ainda arde
Ao pensar em você.
Pergunta sem reposta 
Deve ter sido a aposta
Ao decidir ir embora 
Esqueceu o agora.
O ontem virou hoje
O amanhã, sem demora
Esqueci o que foi
Que você foi embora!

Poema do dia 19/10/2024

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Sem saber

Foi sem saber
Que ceguei em você
Ou será que você chegou em mim?
Não sei!
Nem quero saber!
Apenas sei
Que você chegou 
Ou fui em quem chegou!
Não sei!

Poema do dia 18/11/2024

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quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Você

Sem você 
Meu eu
Não tem espírito:
Sobrevivo
Mas, não vivo!
Porque em mim
Você é você!

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quarta-feira, 16 de outubro de 2024

terça-feira, 15 de outubro de 2024

Evoco

Todos os santos 
Todos os deuses
E cada orixá 
Que venham cá!
E me protejam
De qualquer olhar
Seja de pimenteira
Ou de zoeira.
Que me protejam
Do mal desejo 
E só me entreguem
Gostosos beijos.

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Iludido

Vivo iludido 
Com este sorriso
Que evoca 
Uma passado recente.
Que a gente sente 
Mas não pressente
O que há de perigo!
Sigo!
Sem ti!
Sem volta!

Poema do dia 14/10/2024

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Canto

Meu canto
Eu canto 
Até no desencanto
Do meu acalanto!
Meus desencantos
Não dão em prantos
Porque de fato
Neste ato
Sou um pacato
Ser sensato!

Poema do dia 13/10/2024

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sábado, 12 de outubro de 2024

Descoberta

Saio do ventre
Medo de vento
Qualquer barulho
A mim apavora.
Quero viver
A descoberta
Tocar o mundo
Com o que me resta.
Da criança que fui
Perdi o elo
Na sabedoria,
Eu me esfacelo.

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Orfandade

Sinto-me órfão
Em cada ato
Como se estivesse
Em orfanato.
Vivo fechado
Ensimesmado
Já não encontro 
O meu passado.
Tenho um futuro
Pouco seguro
Por estar só 
Solidificado.

Poema do dia 11/10/2024

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Respeito

Tenho respeito
Pelo que vem do peito
Nem sei onde bate
Este coração desvalido.
Informado
Por não ter vivido
O que queria
Viver contigo.

Poema do dia 10/10/2024

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quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Nuvens

Estive nelas
Há pouco:
Que sufoco!
O passado de aço 
Rangia inteiro
Área de instabilidade 
Mais turbulência 
E a mente voa
Mais que o avião.
Único pedido 
Ao Pai e ao piloto
Segura firme esta mão 
E põe ele, suavemente,  no chão.


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Reflexos

Faço poemas?
Nem sei se os faço 
Ou se feito deles
E das vivências
Que se refletem 
Nas minhas presenças
E ausências.


Poema do dia 08/10/2024


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Deusas

Deusas são esposas
Dos deuses
Da terra
Da guerra.
Deusas são pessoas
De carne 
De osso
Nada exposto
Pois, deusas não aparecem
Poema do dia 07/10/2024
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terça-feira, 8 de outubro de 2024

Deusas

Deusas sãos as mães
Dos deuses
Da gente
Dos parentes e aderentes!
Deusa são inatingíveis 
Sensíveis 
Sentem as dores da gente
Sigamos em frente 
Sem deixar que a dor 
A nos arrebente!

Poema do dia 06/10/2024

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segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Versos

Versos
Sem nexo
Às vezes,
É o que faço!
E se ultrapassar
As barreiras do universo 
É porque meu verso
Não tem nexo!

Poema do dia 05/10/2024

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sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Há de haver amor
Onde plantam dor
Há de haver flores 
Onde só falam de dores.
Há de haver vida
Até na maior ferida
Que resiste carcomida 
Dor que dói sem ser sentida.

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quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Via

Eu te via 
Mas não sabia quem eras
E se te via
Pouco sabia da fera.
Que tens em tudo
Capaz de criar mundos
Arquitetura universal
Desenhos de fel e sal
Dissipadas energias
Hoje te enxergo: não te via.

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quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Dualidades

A vida é mel e fel
Terra e céu 
Dualidades dissipadas 
Que se encontram
Em qualquer calçada.
Seja à noite ou na madrugada 
Vale tudo se você for amada.

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Dignidade

É preciso entender 
Que viver não é sofrer 
Se fere a tua dignidade 
Até para enfrentar a mentira.
Faça da vida um encanto
Encante que te encanta
Dê uma face, se te atacam
E devolva só amor
Se a ti derem rancor!

Poema do dia 01/10/2024

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Na paz

Estou em paz 
Pela paz que você me traz
Ainda que estejas distante 
É nada seja como antes.
Vale a paz que você me traz 
Mesmo quando a levou!

Poema do dia 30/09/2024

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Tempero

Há diferença:
Tempero ou tempero?
Tempero ou tempero?
Tempero é substantivo 
Tempero é verbo:
O que uma entonação não faz,
Na hora de se temperar a fala!

Poema do dia 29/09/2024

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