Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

domingo, 10 de novembro de 2024

Favores

Move-me pelo mundo
Feito um vagabundo
Aos olhos de quem de lá 
Fica a me julgar!
Só que você não sabe
O que em mim arde
Minhas dores, meus amores
Não dependem dos teus favores.
Desça do seu pedestal
Eu não sou o tal
Nem você também o é
Sei o que você quer.
Não vivo dos teus favores 
Pois tenho os meus valores 
Que centram a minha ação 
Na tua boba “cosmovisão”!

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sábado, 9 de novembro de 2024

Invisível

Quero ser sensível 
Diante do invisível 
O máximo que consigo
É não te ter comigo.
Como resolver 
Esta equação 
Que a razão se ser
É o nosso tesão.
E se tesão na sobra
Qual será a nossa obra?
Respostas, não tenho!
Então, me abstenho!

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Disputas

Um irmão 
Uma mãe 
Uma mão: 
Uma disputa!
Irmãos
Caim matou Abel
Ninguém parou no céu
A vida não tem gosto de mel!

Poema do dia 08/11/2024

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Lentidão

Meus pensamentos 
Ficam lentos 
Todes as vezes
Que não te tenho.
Minha lentidão 
Vira emoção 
Se você aparece
Em forma de prece.
Meus joelhos se curvam
Que as coisas se turvam:
Na minha lentidão.
Estou em situação 

Poema do dia 08/11/2024

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quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Força

Forca não é forca,
Nem uma oca
Muito menos uma oca.
Interprete na província
Ou este porma será
Uma parca forma oca
De se falar de força!

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terça-feira, 5 de novembro de 2024

Naqueles dias

Hoje acordei
Como se devesse dormir
Dias que você se arrepende 
Até de casa sair.
Noite chega,
Graças você dá
Lentos passos
Se nunca terminar!
A  obra iniciada
Parece não valer nada
Noites fugidias
Naqueles dias.

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segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Conexões

Energias dissipadas
Conectam-se
E interconectam-se
Na viva dança 
Do universo.
Há nexo
Até na falta dele
Convexo universo 
Dos acoplamentos 
Feitos ao acaso
Dissipadas forças 
Ocas energias:
Lá se foi mais um dia!

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Lua

Nua
Na rua
Está a lua!
Vinda 
Do céu
Na cor de mel!
Estradas 
E ruas 
Nuas!
Luas!

Poema do dia 03/10/2024

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sábado, 2 de novembro de 2024

Afetividade

As injustiças me afetam
Chegam a provocar revolta
Mas isso pouco importa
À quase metade do mundo!
Não sei viver sem afetos 
Mas só colher dez afetos 
A mim chegam os trocadilhos 
É muito mais que desafetos.
A afetividade dos afetos 
Nem sempre é compreendida
Resisto até à resiliência:
Não há guerra perdida!

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sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Anseios

Desejos
Quase reprimidos
Anseio
Por um beijo não conseguido!
Se peço:
Não me dás.
Roubado:
Terei assediado!
Beijo
É fruto do desejo
Da conquista 
Da querência
Dualista!
Se um não quer:
Não desejam…
Dois não se beijam!

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