Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Obstáculos

Jamais desistirei do teu amor
Por mais que os obstáculos
Provoquem imensa dor
Quero-te como meu sustentáculo.
A me ajudar a vencer
Até o medo de te perder
A acreditar que o nosso amor
Vence os obstáculos e a dor.
Dessa saudade incalculável
Um tanto insuportável
Que acomete quem ama
Mais nos finais de semana.
Quando fico a olhar a lua
Do fundo de uma rede
No vazio da varanda, da rua
Nada mata a minha sede.
Tomo água, suco, cerveja
Uma água de coco com uísque
Na esperança que me vejas
E que pra sempre aqui fiques.
Termino a noite embriagado
Com essa água, sem gás, e mineral
Que a semana pule logo o sábado
E o domingo vire segunda, afinal.


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