Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Irreal

Na TV meus filhos veem Rock In Rio
Na rede, sou animal no cio
A lembrar de cada momento
Que parece sair de um sonho.
Tudo o que acontece é tão irreal
Como se a fantasia fosse mais real
Que a realidade a nos tocar dia-a-dia
Quando o silêncio vira agonia.
A luz vermelha já não pisca
Nenhum sinal de SMS
Um dos aparelhos até vibra
Não é você, o coração padece.
Se estou contigo tudo é real
Quando te vais, fica a fantasia
Serei, eu, um louco total
Por te querer dia após dia?


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