Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Trabalhadora?


Em qual tipo de democracia vivemos?
A do pensamento único?
A da vaca de presépio?
Que o governo manda e desmanda?
E temos de obedecer?
A greve que é um direito
Agora é contestada
Por quem um dia foi Trabalhador e Partido
Das ditas Classes operárias.
Desditas as mentiras e verdades
Deparamos-nos com a realidade
Em quatro meses de greve
Sofremos com o massacre.
Da mídia vendida, de um Governo infame
Que só existe para ser unânime
De uma presidente mão-de-ferro e ditadora
Que manipulou funcionários públicos
E dizimou a classe trabalhadora.

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