Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Gravidez


Você me engravida a cada encontro
Conversa, conto, poema, prosa
Faz minha mente delirar em sonhos
Em cada frase que componho.
Se fizer prosa, gero fantasias
Em nove meses, horas ou dias
Crio histórias, tomo tua mente
Até nas tolices que ao me ler, inventes.
Troco as palavras de um lado pro outro
Então você viaja montada em um potro.
Vence, horizontes, montes, pradarias
Deixa-se levar na sutil fantasia
De ler um texto em cada contexto
E de um poema fazer poesia.

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