Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

domingo, 28 de outubro de 2012

Sondagens


Adoro as sondagens que faço em teu corpo
Quando te deixo o rosto vermelho de pudor
Ao despir tua pele, arrancar tua roupa
E deixá-la louca de desejo e prazer.
São doces momentos de voracidade
Quando, sem maldade, meu corpo toca o teu
Sinto-me um Zeus, teu Deus no Olimpo
Arranco de ti, urros que são meus.
Descubro teus segredos em cada beijo
Profundo, inteiro, insano tesão
Grito de paixão, quando enfim, me tocas
Liberto em cada gesto minha emoção.

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