Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Entregue

Vejo tua foto avidamente no Smartphone
Ouço tua voz a sussurrar meu nome
Na tentativa de minorar essa saudade
Que há dias a minha alma consome.
Não largo um minuto o meu celular
Te sinto em cada música no rádio a tocar
Dominas todos os espaços do meu pensamento
No mais lindo e louco dos sentimentos.
É como se toda a minha vida fosse sua
E até o meu corpo, sem nunca ter sido
Como posso me sentir tua inteira
Sem você nunca ter me possuído?
Não faz nem um mês, eras um desconhecido
Um nada em minha vida a qualquer hora do dia
Hoje de ti não esqueço um minuto
És "meu amor lindo" a cada segundo.
Por mais que eu lute, por mais que eu negue
Já não encontro forças para resistir
Hoje estou completamente entregue
Sou tua, inteira, faz o que quiser de mim.


Nenhum comentário:

Postar um comentário