Poemas existem para serem vividos
Amados, gestados, paridos.
Servem para expressar amores não vividos
Sonhos não realizados: acima de tudo, sonhados.
São como as dores terríveis do parto
Tanto do ir embora, quando do nascer
Da saída de um filho que brota pra vida
De dentro de ti e chora, grita, urra.
Às vezes é preciso um bisturi
Para circunscrever a dor da saudade
E arrancar cruelmente o fruto desse amor
A fim de que ele cresça só
Apenas monitorado, enamorado, encantado.
A testar os limites da nossa capacidade
De suportar a saudade, a ausência
O vazio que esse filho deixa no útero
No peito, na alma.
A conviver com essa angústia
Essa falta de calma
Esse desejo enlouquecedor de ter ao lado.
Cada poema parido é fruto dolorido
Que consome, corrói, machuca, devora
E apavora!
Por limitar até a nossa capacidade de entender a
própria vida.
Deixar de entender
Que amor e dor coabitam o mesmo espaço
São nós de um mesmo laço
Forças que nos fazem parir, juntos,
Novos sentidos quando tudo o que existia
Era a mais profunda sensação de calmaria.
Aí vem o amor, surge, do nada
Deixa-te arrebatada
Manda um aviso: é preciso paixão
Dor e amor na mesma medida:
Pois é isso que nos devolve o sentido da vida.
Visite também o Blog de
Educação do professor Gilson Monteiro e o Blog do Gilson
Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com
e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário