A força do vento balança a rede
Arbustos se curvam ao rei-natural
Na vida pouca gente mede
A força de um divino temporal.
Nuvens deslocam-se com velocidade
O céu, que era azul, de cinza se pinta
Bate um desespero: é a tua saudade
Nada impede que, de longe, eu te sinta.
Sonho com o dia, que chegarás, enfim
Com simplicidade, na mão, uma Hugo Boss
Joga-se na rede e ali mesmo se entrega pra mim
Para celebrarmos, na varanda, o tudo de nós.
Arrancamos as roupas, perdemos a vergonha
Cada peça é usada como se fosse fronha
A carne é fraca, mas somos muito fortes
Que delícia seria gozarmos até a morte.
E sem perceber que o entardecer virou dia
Noites e noites não domaram a euforia
Grudados, suados, perdemos a hora
Por isso, daqui, nunca mais vais embora.
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