Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Encaixe

É prefeito o nosso encaixe
Você levante ou eu abaixe
Vale tudo na nossa parceria
Como se não houvesse outro dia.
Para nós só serve o agora
A vida não tem outra hora
Importa apenas o segundo
Que no gozo pé o nosso mundo.
No encaixe a alma deixa o corpo
E o tesão ainda nos faz mais loucos
Nada impede a felicidade
Nem o amanhã que é de saudade.
Hoje é tudo, passado e futuro
O presente é o nosso agora
Nosso encaixe perfeito é tudo
Amo-te quando vens e quando vais embora.


quarta-feira, 29 de abril de 2015

Travesso

Amo-te com o desespero
De um menino travesso
Embora esteja com mais de 50
E sofra de uma paixão que arrebenta.
Que me leva a travessuras
Semelhantes a loucuras
A dominar os espaços
De tudo o que faço.
Resta pouco a dizer
Muito a se fazer
Para transformar a realidade
E deixar de viver de saudade.


terça-feira, 28 de abril de 2015

Lados

Não olho para os lados ao escrever
Pois qualquer lado que olhe vejo você
E mesmo quando desvio olhar para a frente
Vejo em cada canto um pedaço da gente.
Somos lados de uma moeda inteira
Lenha que acende a nossa fogueira
Fonte de um sonho de vida a dois
Pelo que fomos antes, muita fé no depois.
E pelo que somos hoje, quero-te amanhã
Como se o futuro fosse também presente
Vivo por ti uma loucura sã
Um amor tão louco, que é quase doente.


segunda-feira, 27 de abril de 2015

Quando

Perto já te escondes
Quanto mais de longe!
Quando será o dia
Da nossa intensa alegria?
Talvez, quando chegares
E, em festa, abraçares
Cada parte do meu corpo
De um jeito que me deixe louco.
E me faça perder o juízo
Coisa que já perdi contigo
Nos momentos de tesão
Valem loucura e paixão.
Quando? Não sei
Só sei que direi
Obrigado Senhor
Pelo teu amor.


domingo, 26 de abril de 2015

A te adorar

Hoje é dia de saudade
De te ver entrar pela porta
Para não mais me deixar
Oh, quanta maldade!
Isso não passa de um sonho
De um delírio de quem quer
Em cada frase que componho
Transformá-la em minha mulher.
Eu que não imaginava
Viver com alguém de novo
Hoje sinto que em mim faltava
O teu amor e o teu gozo.
Tudo em ti me completa
A vida ficará repleta
Com o teu sorriso e o teu olhar
Viverei a te adorar.


Depressão

Desisto de me estressar
De tanto te esperar
A amar como fosse cio
E ao ir ficar um vazio.
Deixado por ti quando vais
Solidão imensa se sais
Parece uma ilusão
Chega a provocar depressão.
É como se ao partir
Não voltasses mais aqui
A alma se enche de aflição
Como controlar essa paixão?


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OBS: Post do dia 25/04/2015

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Delirantes

Há lembrança tua
Completamente nua
Que se me visse antes
Consideraria delirantes.
Domam o meu cérebro
E eu me destempero
Fico alucinado
Se te tenho ao meu lado.
Dei de ser eu
Passo a ser teu
Imagens delirantes
De dois corpos pulsantes.


quinta-feira, 23 de abril de 2015

Intensidade

A imagem me vem
Como você não tem
Na hora do amor.
Tua forma de entrega
Fere qualquer regra
Ninguém há igual a ti.
És mais que o possível
Tudo em ti é incrível
Extrapolas o desejo.
Por isso me ajoelho
Aos teus pés, meu espelho
Para te adorar.
E é com toda a intensidade
Que me entrego à ansiedade
Na hora de te amar.


quarta-feira, 22 de abril de 2015

Contornos

Os contornos do teu corpo
Se confundem com o teu rosto
Cada detalhe da tua pele
Em tudo em mim se insere.
Assim, entro em teu corpo
Você entra em minha alma
A me deixar sempre louco
Entro e saio sem calma.
Saio e entro em desespero
Nossos corpos sem sossego
Jatos de prazer se esvaem
Quando do meu corpo saem.
Em ti escorrem e penetram
Com a força do universo
De desejos e odores
Sorvo todos os teus sabores.


terça-feira, 21 de abril de 2015

Por vir

Estão por vir
Novos momentos
Você aqui
E eu em ti.
E chegará
Novo lugar
O mesmo amor
Com mais furor.
Vou sufocar
Todos os gritos
Pra te levar
Ao infinito.
Subir às nuvens
Sem avião
Que nos comande
A tentação.


segunda-feira, 20 de abril de 2015

Dias quentes

Os meus dias esquentam
Quando você se apresenta
Passa e sorri pra mim
Desabrocha feito um jasmim.
Como se sol e clorofila
Do oxigênio dependentes
Formassem uma fila
E você viesse à frente.
Para os meus dias queimar
Com o ardor do verbo amar
Toda semana é quente
Quando em estás presente.


domingo, 19 de abril de 2015

Dias frios

A falta que me fazes
Durante todo o dia
Perco a paz, as pazes
E um pouco de alegria.
Meus dias ficam frios
Se não estás por perto
Fim de semana incerto
Momentos de vazios.
Semanas de saudade
Dias de felicidades
Fins e recomeços
Quando apareces, apareço.


sábado, 18 de abril de 2015

Você nua

A minha rua
É você nua
És os meus bares
Todos os lares.
Nego-me a sair
Se estás aqui
Completa, inteira
Toda faceira.
A se entregar
Alma total
Teu corpo amar
Açúcar e sal.
Todos os temperos
Todos os desejos
Todos os anseios
Num simples beijo.


sexta-feira, 17 de abril de 2015

Tentador

É tentador
Pensar no amor
Pleno e sem dor
Todo esplendor.
De estar contigo
Não como amigo
Mais que inteiro
Teu companheiro.
De sonhos e lutas
De forças ocultas
Que me empurram a acreditar
Na essência do verbo amar.
Por isso te amo
E teu nome chamo
E sonho, um dia
Tê-la em companhia.


quinta-feira, 16 de abril de 2015

Lábios de mel

Por mais que nuvens escuras
Ameacem desabar do céu
Só vejo a tua doçura
E sonho com os lábios de mel.
Que parecem comer minha alma
E arrancar completamente a calma
Desequilibrar todo o meu juízo
É da tua loucura que eu preciso.
Para sorver dos teus lábios o mel
Grandes, pequenos, vou ao céu
Você é tudo o que preciso
Vem ser meu doce paraíso.


quarta-feira, 15 de abril de 2015

Em tudo

Tento não esquecer
Dos momentos com você
Mas para que relembrar
Se em tudo, em mim, você está.
É como se a minha vida
Não pudesse mais ser vivida
Porque nela sempre faltará
Você para me completar.
Ainda que eu te veja ao longe
Ou não saiba nem por onde
Amo-te de toda a sorte
Até para além da morte.


terça-feira, 14 de abril de 2015

De mente

Às vezes me acho demente
Por me excitar apenas de longe
Como se te amasse de mente
Sem saber onde você se esconde.
Basta você me ligar
Para o corpo inteiro falar
Por mim e pelo que sinto
Pareço ter tomado absinto.
Pois perco o juízo, a sensatez
Jogo fora a timidez
E te como com uma fúria
De quem passou a vida em penúria.
Talvez tenha mesmo passado
Porque sonho em viver ao teu lado
Para sempre e todo dia
Na mais intensa magia.


segunda-feira, 13 de abril de 2015

Aromas

Sinto o cheiro do teu toque
Como se me levasses a reboque
Para um mundo que seja a soma
De nossos intensos aromas.
A brotar dos nossos corpos
Essência de cada carícia
Cheiros que nos levam ao topo
Da mais gostosa delícia.
Que é sentir o teu cheiro
De fêmea louca, excitada
E poder te amar no banheiro
Ou no topo da escada.
O lugar pouco importa
Pode ser atrás da porta
Vale sentir e sorver o teu cheiro
Até embaixo do chuveiro.


domingo, 12 de abril de 2015

Azul

Teu corpo nu
É minha loucura
É céu azul
Doce ternura.
Como espasmos
Se configuram
E mais orgasmos
Ninguém segura.
Estou aqui
Você acolá
E mesmo assim
Vou te amar.
Perto ou longe
Nada esconde
Nosso desejo
Deste ensejo.


Tua ida

Você se vai
E depois vem
E nós vivemos
Num vai-e-vem.
Tanta saudade
Insuportável
Nossa amizade
É inviável.
Ou assumimos
Que nos amamos
Se não sumirmos
Então pecamos.
Pois entre nós
Só fala a voz
De um amor
Se jeito e dor.



OBS: Post do dia 11/04/2015

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Espera

Quero te esperar
Embaixo do edredom
Para que possas ouvir
Do meu coração, o tom.
E do meu corpo percebas
A forma como reage
A tudo o que é mensagem
Que de ti me chega.
Será que estou louco?
Ou variando um pouco?
Ao te querer toda hora
Até quanto vais embora!


quinta-feira, 9 de abril de 2015

Disparos

Meu coração
Perde o controle
Se tu me olhas
E me acolhes.
Basta que seja
No fundo dos olhos
Ou que eu sinta
Na palma da mão
Tua respiração.
O coração
Solta disparos
Em pulsação
Momentos raros.
Eis-me aqui
Você aí
Há tanto lembrar
Do nosso amar.


quarta-feira, 8 de abril de 2015

Em prece

Se mal me vejo em ti
Começo logo a sentir
Como se aqui estivesse
A me amar em prece.
Ajoelhada aos meus pés
Olhos pra cima a implorar
Mil perdões pelo revés
Quem nem chegaste a perpetrar.
E eu ali, encantado
O corpo todo excitado
Aceito o teu perdão
Em forma de oração.
Então, também me ajoelho
Os dois, nus, em pelo
A pele se enrijece
Ao som da nossa prece.


terça-feira, 7 de abril de 2015

Dia nosso

Sinto que o nosso amor
Renova-se a cada dor
Promove a alegria
Dia nosso após dia.
Cada dia é só nosso
Como se nosso o pai o fosse
Posso mais e mais posso
Tudo em você é doce.
Teu rosto, tua imagem
Tudo parece miragem
Como o é pouco crível
Nosso amor lindo e incrível.
Nosso dia não é nosso
Se contigo não posso
Nem trocar uma palavra
O meu mundo se acaba.
Nem que seja uma mensagem
Um sinal de vida celeste
Algo que me encoraje
E de amor a vida infeste.


segunda-feira, 6 de abril de 2015

Angústia

Quando te vais
O que me fica
É a saudade.
Que de tão forte
É o meu Norte
Até que voltes.
Mas teu voltar
Nem sempre é certo
Em meu universo.
A cada vez
É a primeira
Mas é a última.
Nosso desejo
Se faz num beijo
E me assusta.
Pois vais agora
Não sei se voltas
Eis minha angústia.


domingo, 5 de abril de 2015

Inunda

Parece até o fim
Todo fim-de-semana
Fico a pensar assim
Que você não me ama.
Sem que estejas ao meu lado
Sinto-me abandonado
Os dias ficam mais frios
As noites cheias de vazios.
Os vazios da noite
Doem feito açoite
Sexta não é segunda
Minha alma se inunda.
De desejo e saudade
Sonhos de felicidade
Doce desejo de um dia
Viver contigo em plena alegria.


Mata

A saudade me mata
Dói em cascata
Fere lá no fundo
Se não és meu mundo.
Não és se não queres
Por mais que te veneres
Dependo do teu amor
Para superar a dor.
De sentir tanta saudade
Que a ti e em mim invade
Todas as vezes que deixamos
A impressão que não nos amamos.
Por isso mata o desejo
E também a ilusão
Que não teremos mais um beijo
Nem o fogo da paixão.



OBS: Post do dia 04/04/2015

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Meu ninho

Sinto mais do que devo
Tudo o que de ti recebo
Ou sou extremamente sensível
Ou um ser horrível
Mas ser ferido é forte
Por quem se teve a sorte
De descobrir o amor
Aumenta ainda mais a dor.
Dói mais do que deveria
Pois jamais se imaginaria
Que um ferisse tanto o outro
Mesmo que não seja por gosto.
Por isso tudo da bela
Machuca tanto a fera.
Porque da bela só espero
Tudo o que mais quero
Amor, desejo e carinho
Para esquentar o meu ninho.


quarta-feira, 1 de abril de 2015

Desapego

Dói ser ignorado
Como se fosse desprezado
E ter de manter em segredo
Amor tão lindo que dava medo,
Um dia pensei que me amasse
E que jamais me desprezasse
Sinto, hoje, que agora
Só me ignoras.
Como se eu nada significasse
E que você não me amasse
Que o que aconteceu entre nós
Foi passageiro e atroz.
E não faz nenhum sentido
Pensei que tivesse sido amado
Hoje estou esclarecido
De tanto ser ignorado.
Como se o tanto que te amei
Fosse apenas passageiro
Nada sou, nada signifiquei?
Mereço todo esse desprezo?
Não era real, nunca foi?
Só eu sei o quanto dói
Sonhar contigo em segredo
E de ti sentir só desapego.
Queria ver se eu te ignorasse
E me deixasse a toda hora
A viver como se não te amasse

O quanto fazes comigo agora.


Amargura

Não quero saber de chocolate
De nenhum tipo de doce
Só vivo dias amargos
Desde que tu te foste.
Como entraste, saíste
Sem palavra ou pedir licença
É dura, continuas e insistes
Em demarcar a tua ausência.
Se nada dizes, também calo
Pois se mais digo ou falo
Só te deixa contrariada
Destrói nosso conto de fada.
Que se não existe, ninguém viu
É porque nunca existiu
Não passou de fantasia
Uma amarga falsa alegria.
Desde que nos impusemos
A dureza do (amargo) silêncio
Parece que aprendemos:
Nos iludimos todo esse tempo.
Não acredito mais em amor
Nem em palavra qualquer
Jamais quero sentir tanta dor
Por causa de uma mulher.