Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Sê-lo

Mordo minhas dores
Saboreio os amores
Escondo por dentro 
Frio, sem sentimentos.
Sabes o que passei?
Sofreste o que vivi?
Sou PHD em humilhação 
Nada me corta o coração.
Minha alma parece de aço
Sou tão duro quanto gelo
Se não entendes o que faço
Não me julgue pelo teu sê-lo!

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Mitos

Os muros da nossa mente
Parecem mitos inocentes
Deus é o diabo em um só lugar
E eu fingindo amar!
Sentimento não os tenho
Nem ódio sei cultivar
Do ligar de onde venho 
Amar e se torturar.

Poema do dia 14/01/2025

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segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Diferente

Tuas avenidas
Todas espremidas
Pela força do capital.
Tuas favelas
Confundem-se nas vielas
Becos de alguns absurdos.
As horas não passam,
Voam ao teu ritmo
Quase de delírio.
Quando te conheci
“Sonho feliz de cidades”
Pensei que inteligente.
Hoje volto aqui
Com um olhar diferente
O tempo voa no trânsito
És realmente inteligente?

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domingo, 12 de janeiro de 2025

Expesso

Expresso as batidas
De um coração 
Que se vai oi fica 
É tudo ilusão.
O minero é minha casa 
O universo, meu guia
Se a alma não fala
O corpo encolhia.

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sábado, 11 de janeiro de 2025

Feliz

Eu te desenhei 
Em sonhos precisos
Logo imaginei
Até teu sorriso.
Tudo o que fiz
Rascunhei a fiz
Para te lapidar 
Até você chegar.

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Desapego

Remexi as gavetas
Joguei fora canetas
Que vazavam tinta
Em um cor distinta.
Fazia barulho 
Na porta da esquina
No meio do escuro 
Derramei a tinta.
Pinturas esparsas
Quase sem brilho
Desencanei das marcas 
De qualquer vinho.

Poema do dia 10/01/2025

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quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Contas

Nossos medos
Escondem segredos 
Que nossas vidas 
Não sabem contar.
Nossas contas
Revelam tantas
Fraquezas inatas
A nos controlar.
Nossos esparsos
Momentos escassos
São como pedras 
Que eu não sei contar.

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