Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Amanhecer


Ouço pássaros
No Paço
Na Praça
Do povo.
Sons antigos
Outros novos
Nova batida
Será ouvida
Será vista.
Vista boa
Boa vista
Branco é o teu rio
Arco-iris é cio
Que deságua macio
No mergulho sonoro
De quem acorda em teu leito
E te guarda no peito.

Um comentário:

  1. Mato e Amanhecer são lindos. Parabéns Gilson. Além de uma pessoa muito simpática e tão leve (a ponto de me ensinar a fazer cópias) ainda é poeta! te adoro!

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