Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

quarta-feira, 21 de março de 2012

Criação



Criar um poema todo dia
Não é ato de homilia
Tem de ser por opção
Criador e criação.
Porque a ação de criar
Algo novo que se renova
A cada nova inspiração
Caso vire rotina
Passa a ser padrão.
Escrevo pelo prazer de criar
Em verso ou prosa uma rima
Meu canto pode a ti não agradar
Mas aumenta minha auto-estima.
Data marcada para a ida sem volta
É pouco provável que exista
O que fica em forma de verso ou poema
Pode ser que ainda resista.
No ciclo da vida, porém
Quando um vai o outro fica
Haverá sempre alguém
A criar rima pobre ou rica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário