Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

domingo, 20 de outubro de 2013

Seres

Quisera ser um ser divino
Para ser um do Olimpo
Ser divinal desde menino
Sem pecado, ser limpo.
No Olimpo só habitavam
Deuses para maiores de 21
Quando a vida ficava um saco
Bastava ir a uma festa de Baco.
Se hoje quero ser divindade
É pra tentar conviver com a saudade
De um ser divino que é você
Que eu não consigo esquecer.
Mesmo se esquecer quisesse
Entras nas minhas preces
De Pai Nosso à Ave Maria
Ou nas minhas heresias.
Consegues ser até sem ser
Néctar que adoça meu ser
Sedutora, santa e divina
Com o ar puro de uma menina.


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