Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Diferente

O que sinto por ti é deferente
É na intensidade que você sente
Toma conta do corpo e faz tremer
É tanta a loucura de te querer.
Não a ter talvez seja o meu destino
Sofrer mais que um Pelegrino
A espiar de joelhos na rua
À espera de um dia vê-la nua.
E tocá-la, corpo inteiro, em desatino
Com a intensa fúria de um felino
Cavalgar no teu corpo de mulher
Demonstrar o quanto o meu corpo a quer.
Sem descanso despi-la do teu manto
Que encobre todo o teu sagrado encanto
Devorar, num só gole, o teu gozo
Em instantes, começar tudo de novo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário