Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Viciado

Bastou encostar o teu corpo em meu corpo
Num abraço meigo, assim, meio roto
Para algo em nós mudar para sempre
E eu me tornar, de ti dependente.
Abrimos o coração, nossas mentes despidas
De qualquer preconceito ou barreiras da vida
Passamos a cuidar, um inteiro do outro
Qualquer ausência de ti a mim deixa louco.
Preciso de ti nem que seja por mensagem
Da tua vida, já não consigo mais ficar à margem
É impossível impedir que o corpo de ti sinta falta
Se não te tenho queimo em febre muito alta.
Olho o celular como se fosse um viciado
Por SMS você fica ao meu lado
Se aparece o teu nome no meu touch screen
É motivo de uma alegria quase sem fim.


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