Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

domingo, 20 de março de 2016

Fins

Vejo você em cada esquina
A luz que me ilumina
Para só sentir amor
De Washington a Salvador.
Pode até ser em Miami
Só peço que você me ame
Se eu te encontrar em Londres
Que tenhamos muita fome.
E para levar a vida na boa
Amo-te também em Lisboa
De toda e qualquer maneira
Lá em Sena Madureira.
E sem fugir do encanto
Que é te amar em Rio Branco
Quem tem amor em estoque
O faz ainda em Nova Iorque.
E quanto volta e coisa e taus
Ama mais forte em Manaus
Amor que não esconde os fins
Descansa lá em Parintins.


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