Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Incerteza

Já não sinto você tão perto
O futuro ficou mais incerto
A quero para ser meu mundo
Não a tenho nem por um segundo.
Sem saber o que aconteceu
Sinto que já me esqueceu
Viver assim sem te tocar
Não me deixa mais nem lembrar.
Daqueles momentos mais vividos
Que jamais seriam esquecidos
Hoje não passam de lembranças
Enfrento a fria desesperança.
O que era sonho virou ilusão
De ti não sinto a mesma paixão
Quero acreditar que não aconteceu
Que o nosso amor ainda não morreu.


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