Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Heroína

Meus sonhos viraram pó
E não são de cocaína
Desde que você me deu um nó
És a minha heroína.
Força extrema, prazer total
Na forma como gozamos
TUDO é excepcional
Na hora que nos amamos.
Parecemos dominados
Pela droga mais lícita
Do amor predestinado
Que a TUDO nos incita.
Eu em você, você em mim
NADA pode ser pecado
TUDO liberado, assim
Quando estou ao teu lado.
Mordemo-nos e nos comemos
Em cada milímetro do corpo
TODO o prazer que temos
Que repetir de novo.
Enlouqueço, perco o prumo
Quando você me toca
Tua boca sem rumo
TODO o meu corpo toca.
Assim você me domina
Como assaz heroína
A me levar sempre a céu
Com esta boca divina.

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