Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

sábado, 12 de março de 2011

Dançaltear

Analaurando pluma Stoneante
Deslizas sonhos, desejos, fantasias.
Sala, salão, jazzeias
Salas, boleros num quadrante.
Pássaro, garça, felina
Penachos tocam o chão
Sobes
Desces
Rodopias
Alheia aos olhares embevecidos.
Centrada nos movimentos
A engolir a música pelos poros
Percorres o universo sonoro
Nas mistura dança-poesia.
Movimentos
Poemas forjados a cada passo.
Teu balé, tua leveza
Teus olhos de quero-mais
Mágico condão do estilo.
Vê-la dançar é um deleite
Encantos, cantos, meio da sala
A ponta dos pés exala
Cheiro Stoneante: baila.

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