Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Promessas

Diz que vai me ligar
E não me liga
Promete me amar
Pra toda vida.
Mas me deixa um dia sem você.
Não me dá boa noite, nem bom dia
Nem e-mail, nem SMS
De joelhos, vivo, em prece
A implorar que voltes para mim.
Nem que seja por meio de chat
Ou de um Gtalk, na Internet
Até mesmo por telefone
Diz que me ama, por favor.
Deita em meu colo
Em pensamento
Vamos viver cada momento
De entrega total.
Teu corpo é meu ninho
Minha casa
Sem ti sou pássaro, sem asas
A implorar o teu amor.


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