Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Açoite

Sou teu no meio da noite
Neste intenso açoite
Que afeta o juízo
E diz tudo o que preciso.
Mesmo que não diga nada
E seja apenas um conto de fadas
Esta coisa que nos une
Como intenso perfume.
Que toma conta das narinas
Como meninas femininas
Que provocam a mulher
Que você quer ser e o é.
A açoitar minha memória
Dona da minha história
Digo a ti que hoje estou
Dono do teu amor.


Um comentário:

  1. Grande Gilson, figura das mais queridas das Ciências da Comunicação no Brasil.

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