Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

sábado, 22 de julho de 2017

Aquela foto

Não sei se há limites
Ou se existem fronteiras
Outro amor que me excite
E acenda novas fogueiras.
O que sei neste momento
É que pode passar o tempo
És quem me acende o fogo
E me deixa ainda mais louco.
Basta olhar aquela foto
Cujo infinito é o foco
Para o sangue ferver
E o corpo estremecer.
Um frio toca a barriga
E sobe pelo corpo inteiro
O que mais me intriga
É teu olhar passageiro.
Que passa cada milímetro
Da minha pele excitada
E estouraria um voltímetro
Se pela tua fosse tocada.
Chego a ouvir os gemidos
E a respiração ofegante
Quero perder os sentidos
E te amar como antes.


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