Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Tua fogueira


Tens o sorriso radiante
Com a marca da alegria
Que me faz delirante
Querer te ver todo dia.
Desde a primeira vez
Descobri esse encanto
Quando olho a tua tez
És mais bela, um espanto!
Hoje relembro sem dor
O dia que me libertei
Daquela mágoa profunda
Desde então só te amei.
E te amo mais e mais
Um pouco a cada dia
De mim, sinto que não sais
Razão de toda a alegria.
Do sorriso que estampo
Do brilho fogoso do olhar
Há desejo em cada gesto
Ânsia de te encontrar.
E me entregar inteira
Com fúria de adolescente
Ser lenha da tua fogueira
Dominar a tua mente.
Para me fazer tua
Inteiramente nua
Suada, abro o sorriso
És o homem que preciso!

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